Nunca antes na história deste País se viu tanta
criança rechonchuda. Os números da obesidade infantil são alarmantes, mas não precisa
ser médico pra se assustar: basta prestar atenção nos parques, piscinas, praias.
Barriguinhas escapando da camiseta, pernas e bracinhos roliços, dobrinhas em
excesso... Há algo de peso no ar. E a gente fica se perguntando de onde vêm
tantas gordurinhas, já que o que não falta no mundo de hoje é informação sobre alimentação
saudável.
Para nós, é claro que criança tem direito a
indulgências, sim. A comer brigadeiro em festa. A tomar refri vez ou outra. A
se deliciar com sorvete. Enfim, a ter vida de criança. A infância não é o
momento de ficar escravo das calorias, de pensar em dieta e de radicalizar
cortando itens do cardápio. O X da questão é o excesso, ou seja, quando essas
indulgências viram hábitos – e hábitos quase diários...Aí a soma desses
pecadinhos se instala nas dobrinhas.
Veja 10 hábitos que pesam na balança dia após dia:
1. O reino do macarrão. Tudo bem, a gente sabe que
criança adora e também precisa das massas para garantir a dose de energia. Mas sem
exageros, por favor! As calorias não podem vir só daí. O excesso de
carboidratos vira depósito de gordura. A dieta deve ser equilibrada, em proporções
adequadas. Ao longo do dia, as massas e afins devem representar só metade das
calorias (cerca de 50% a 55%). O restante deve vir das proteínas (10% a 15%) e
da gordura, com 25% a 30%. (sim, ela também tem sua função no organismo. Não dá
prá simplesmente eliminar da dieta). Por isso nada de exagerar na dose desse
nutriente à mesa. Macarrão, arroz, purê de batata e maionese, tudo ao mesmo
tempo agora não dá.
2. Excesso de lanches trash, o que inclui salgadinhos industrializados,
bolinhos prontos, bolachas recheadas etc. Vez ou outra tudo bem. Mas não prá
ficar de consciência tranquila só porque caprichou no almoço e no jantar e
rechear a lancheira de tranqueiras todo santo dia. É gordura que não acaba, ou
melhor, que acaba nas dobrinhas.
3. Excesso de suquinhos prontos. A maioria das
marcas está lotada de açúcar, sabia dessa? Para piorar, grande parte tem muito
sódio. Se for utilizá-los, prefira as marcas sem açúcar. Se der, tente priorizar
o suco natural. Ele estraga com a exposição à luz, mas isso pode ser contornado
com uma garrafinha daquelas opacas, de metal
4. Tranqueiras ao alcance das mãozinhas. Como
anda sua despensa? As bolachas recheadas, salgadinhos e afins estão à
disposição? A criança vive petiscando essas guloseimas? A gente não percebe,
mas de beliscada em beliscada a gordura se instala. Do ponto de vista
nutricional, as guloseimas geralmente têm excesso de gorduras e calorias e
deficiência de vitaminas e minerais. Para piorar, elas estimulam a comer por impulso,
o que favorece um hábito prá lá de ruim
5. Doces como sobremesa dia sim, dia também. Prefira frutas ou
gelatina.
6. Adoçar sucos e achocolatados. Dá-lhe calorias desnecessárias. Sem
falar que isso acostuma o paladar a exigir cada vez mais doçuras
7. Liberar geral (mesmo) no fim de semana. Tudo bem fazer a festa nos
fast foods da vida ou na pizzaria. Mas não tudo ao mesmo tempo e sempre, por
favor. Enfiar a perna inteira na jaca acaba com todo o esforço de uma
alimentação saudável durante a semana.
8. Para os mais novinhos, dar leite e leite e mais
leite sem muita rotina mesmo quando o bebê já almoça e janta papinhas. Trocar a
refeição pelo leite também leva à carência de nutrientes
9. Engrossar a mamadeira com coisas como maisena e farinha láctea. A
menos que o pediatra tenha dado essa orientação.
10. Apresentar muito cedo guloseimas como bolachas recheadas ao bebê. Não
existe uma idade ideal para a criança começar a comer bolinhos, bolachas e
beber refrigerantes. Mas pelo menos espere a idade escolar, quando surgirem as
primeiras festinhas de aniversário!
* Com a ajuda da nutricionista Claudia Mendonça, da Clínica Bodyhealth, de São Paulo
beijos e bom apetite!
Reg, Tatá e Gabi