domingo, 28 de abril de 2013

Criança doente, pais angustiados...Levo no pronto-socorro ou dá prá esperar?




Outro dia li no jornal sobre a superlotação dos hospitais nesta época e lembrei da minha primeira vez...Na minha estreia num PS, levei minha caçula com uma febre que não passava e logo percebi que ela até podia se tratar do que fosse, mas iria sair dali com quatro outras doenças de tanta gente tossindo e espirrando na cara dela. Eu estava grávida e pensamentos hipocondríacos me invadiam dizendo que eu também pegaria alguma doença grave e passaria pro bebê, que seria uma tragédia e tal. No fim ela não tinha nada e ainda levei bronca da pediatra que me disse prá correr pro hospital só em caso de urgência. Aprendi duas lições: primeiro, que uma mãe não pode passar sem um pediatra que atenda celular. Dois: toda mãe deve desenvolver noções mínimas de medicinês.

Ok, ninguém está falando que seja fácil encontrar alguém competente, disponível e, de preferência, que atenda convênio e que bata com seu santo. Mas, acredite, eles existem. E você deve insistir nessa busca. Seu filho merece – e você também. Lembre-se: são anos e anos de febres, diarreias, dores de garganta, de ouvido e todas as ites que você nunca ouviu falar. Ou você tem alguém pra te ajudar a separar o joio do trigo, ou você vira sócio do hospital. Não tem outra.

Se você ainda está na dura labuta de encontrar um pediatra pra chamar de seu, aqui vão algumas dicas da dra. Milena de Paulis, do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, para ajudar a saber se é o caso de correr pro pronto-socorro ou se dá pra resolver a coisa com um telefonema.

·         Febres: é normal que a criança fique caidinha. Precisa dar um antitérmico e observar como ela reage: se volta a brincar e fica mais animada, dá prá esperar a consulta com seu médico. A maioria das infecções são causadas por vírus e se resolvem sozinhas em 3 a 5 dias.
·         Tosse: se a criança não tem falta de ar, respiração rápida e curta ou dor para respirar, mesmo com febre pode-se esperar a consulta.
Atenção: vale lembrar que, no caso de gripes, o tratamento com o antiviral só funciona direito se iniciado em 48 horas após o início dos sintomas. Então não vacile se for essa a suspeita

Estes sintomas também podem esperar pela consulta:
·         Quadros de diarreia, sem vômitos, em que a criança consegue beber líquidos
·         conjuntivite
·         doenças de criança como: catapora, caxumba, roséola, rubéola
·         Isso sem falar em unha encravada, assaduras, corrimentos, micoses, verrugas, bicho de pé, bicho geográfico, quadros de pele em geral, sarna, piolho – é....nas emergências dá de tudo, por incrível que pareça

Estes, por sua vez, justificam toda a neurose de mãe. Corra para o hospital mais próximo nestes casos:

*Crianças menores de 3 meses de idade com febre maior do que 37,8º;
*Crianças com menos de três anos com febre maior que 39°, sem nenhum sintoma aparente, como tosse, coriza, alteração urinária ou intestinal
* Recém-nascidos que ficam  apáticos, pálidos ou roxinhos de repente e sem explicação aparente
*Quadros de vômitos incontroláveis (mais de três episódios em uma hora), mesmo após a criança ser medicada
*Intoxicações: ingestão de substâncias químicas ou medicamentos.
*Acidentes domésticos como queimaduras, cortes, quedas com ferimentos profundos ou fraturas, afogamentos e engasgos com perda da respiração
*Crises de asma com dificuldade para respirar
*Traumas na cabeça: principalmente quando ocorrem em crianças menores de dois anos de idade, que caíram de uma altura maior que 1 metro, rolaram mais de 5 degraus de uma escada e apresentam os famosos galos, em qualquer região da cabeça. A sonolência, após uma queda, deve ser avaliada quando tenta-se acordar a criança e ela não acorda.
*Convulsões com ou sem febre
*Alteração do nível de consciência: sonolência excessiva sem explicação, irritabilidade sem causa aparente, alteração súbita do comportamento como, por exemplo, desorientação.
*Dores intensas que limitam a atividade da criança.
*Reações alérgicas com placas vermelhas pelo corpo ou falta de ar

Gabi




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