quarta-feira, 10 de julho de 2013

"Fono, plá quê?"

Quem não se derrete ao ouvir os pequenos aprendendo a falar? Nossa Lelê foi por muito tempo "Ieiê", "Dedê" e até "Tetê" (as tentativas do caçula rebatizaram a irmã...). É tanta fofurice que a gente nem faz questão que eles falem direito. Mas isso pode ser um tremendo vacilo. À medida que a criança cresce, ela vai adquirindo novos sons e produzindo a fala de forma mais correta. Daí que o “fofurês” pode se tornar um problemão se não virar português bem claro na hora certa.

Aqui em casa o raio caiu três vezes no mesmo lugar. Meus três filhos chegaram aos cinco anos com a famosa língua presa (aquela do Lula, sabe?). Eu mesma observei que a pronúncia deles estava meio fora do lugar e fui procurar ajuda. A boa notícia? Se detectados precocemente, casos simples se resolvem com poucos meses de fonoterapia. Mas é claro que tudo depende da causa e de como a criança evolui.

Então pedi para as ótimas Daniele Bernardes e Paula Canton, fonoaudiólogas especialistas em motricidade orofacial de São Paulo, dicas do que observar na criança para não comer bola. “Fique atento ao desenvolvimento da fala de seu filho e saiba que a sua fala é o modelo para a criança e, por isso, tem que ser correta, usando os sons adequados das palavras”, lembram elas.

A seguir, veja como deve ser a evolução da fala a partir dos dois anos:

Entre um ano e meio e dois é normal a criança chamar vovó de “fofó” ou chamar a galinha de “gaía”. Mas até os 3 anos de idade ela deve produzir corretamente os sons v, l e nh. Nessa fase, ela já é capaz de formar frases usando as palavras aprendidas. Aqui ela também deve falar corretamente os sons de p, b, t, d, k, g, f, v, j, m e n. Portanto, depois do terceiro aniversário, “gaía pitadía” deve virar “galinha pintadinha”. Aliás, foi só aí que nosso caçula finalmente acertou o “Lelê”...

Aos quatro anos a criança adquire outros sons: s como na palavra sopa, z como em azul, ch como em chave, j como em jaula, {s} como em pasta e os vários sons do r - {R} como em porta, R como em carro, r como em coração. Nessa fase, falar “colação” não é mais aceitável, assim como “sapéu” em vez de chapéu ou “cato” no lugar de gato.

Por fim, dos quatro aos cinco anos, a criança adquire os grupos consonantais com r e l como: prato, três, frio, placa, blusa e flor.

Assim, entre cinco e seis anos seu filho terá uma fala adequada e estará pronto para iniciar a alfabetização.

Fique de ouvidos atentos e se notar alterações procure uma avaliação profissional!

Beijos,

Gabi

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