Quem não se derrete ao ouvir os pequenos aprendendo a falar? Nossa Lelê foi por muito tempo "Ieiê", "Dedê" e até "Tetê" (as tentativas do caçula rebatizaram a irmã...). É tanta fofurice que a gente nem faz questão que eles falem direito. Mas
isso pode ser um tremendo vacilo. À medida que a criança cresce, ela vai adquirindo
novos sons e produzindo a fala de forma mais correta. Daí que o “fofurês” pode
se tornar um problemão se não virar português bem claro na hora certa.
Aqui
em casa o raio caiu três vezes no mesmo lugar. Meus três filhos chegaram aos cinco anos com a famosa língua presa (aquela do Lula, sabe?).
Eu mesma observei que a pronúncia deles estava meio fora do lugar e fui
procurar ajuda. A boa notícia? Se detectados precocemente, casos simples se resolvem com poucos meses de fonoterapia. Mas é claro
que tudo depende da causa e de como a criança evolui.
Então pedi para as ótimas Daniele Bernardes e Paula Canton, fonoaudiólogas especialistas
em motricidade orofacial de São Paulo, dicas do que observar na criança para não
comer bola. “Fique atento ao desenvolvimento da fala de seu filho e saiba que a
sua fala é o modelo para a criança e, por isso, tem que ser correta, usando os
sons adequados das palavras”, lembram elas.
A
seguir, veja como deve ser a evolução da fala a partir dos dois anos:
Entre
um ano e meio e dois é normal a criança chamar vovó de “fofó” ou chamar a
galinha de “gaía”. Mas até os 3 anos de idade ela deve produzir corretamente os
sons v, l e nh. Nessa fase, ela já é capaz de formar frases usando as palavras
aprendidas. Aqui ela também deve falar corretamente os sons de p, b, t, d, k,
g, f, v, j, m e n. Portanto, depois do terceiro aniversário, “gaía pitadía” deve virar “galinha pintadinha”.
Aliás, foi só aí que nosso caçula finalmente acertou o “Lelê”...
Aos
quatro anos a criança adquire outros sons: s como na palavra sopa, z como em
azul, ch como em chave, j como em jaula, {s} como em pasta e os vários sons do
r - {R} como em porta, R como em carro, r como em coração. Nessa fase, falar
“colação” não é mais aceitável, assim como “sapéu” em vez de chapéu ou “cato”
no lugar de gato.
Por
fim, dos quatro aos cinco anos, a criança adquire os grupos consonantais com r
e l como: prato, três, frio, placa, blusa e flor.
Assim,
entre cinco e seis anos seu filho terá uma fala adequada e estará pronto para
iniciar a alfabetização.
Fique
de ouvidos atentos e se notar alterações procure uma avaliação profissional!
Beijos,
Gabi
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