Foto: Marly Pereira |
Atire a primeira mamadeira quem nunca, nunquinha, consolou choros
na madrugada com uma boa dose de leite. E não estou falando aqui dos bebês
pequenos, que mamam a cada três ou quatro horas, 24 horas por dia.
Essa mamada costuma virar um problema (para mãe e filho) justamente quando
os filhotes não precisam mais dela, coisa que acontece lá pelo quarto mês de
vida. Nessa fase, o período de sono noturno vai se estendendo e o ritmo do bebê
começa a se aproximar mais do ciclo noite/dia. Quando a criança começa a fazer
intervalos maiores entre as mamadas, de sete ou oito horas, é sinal de que ela pode passar sem essa da
madrugada.
Mas, como o negócio nunca é tão fácil e natural
quanto nos compêndios de pediatria, o bebê continua acordando no meio da
madrugada. E a gente continua achando que o choro é fome – principalmente
porque os outros itens do check-list costumam estar ok (fralda suja, frio,
calor). A grande verdade por trás do chororô noturno é bem mais simples: ele quer a mamãe.
Só isso. (Eu, com meus quase onze anos de maternidade, nunca tinha ouvido isso
assim, com todas as letras).
E daí que muita gente se esquece desse item (ou
ignora, ou não percebe, ou simplesmente não acredita. Ou então sabe de tudo
isso mas apela pro clássico sossega-leãozinho pra ele voltar a dormir). E
dá-lhe leitinho.
Essa saída tem lá seus poréns. Primeiro: seu bebê
vai aprender rapidinho que basta abrir o berreiro para as coisas que ele mais
gosta se materializarem na sua frente (mamãe e peito, ou mamadeira). Se bobear,
esse hábito pode se instalar até beeeeeem depois do primeiro aniversário.
A saúde do filhote também fica comprometida: a
mamada fora de hora interrompe o sono, momento em que os hormônios do
crescimento são secretados, e soma calorias desnecessárias. “É um jeito de
criar uma criança baixinha e gordinha”, resumiu o pediatra Hany Simon Jr, do
Hospital Albert Einstein.
Esse foi outro ponto que rendeu discussão no debate da Johnson`s, mas
achei que valia a pena voltar a ele porque é uma realidade em muitas casas...
Beijos,
Gabi
P S: Eu não fiquei refém da mamada-calmante graças
à minha pediatra. Mas não posso dizer que criar uma rotina de sono seja, assim,
tiro-e-queda. Esse pode ser um looooongo aprendizado. As dicas (veja algumas aqui) ajudam, sim, mas nada como o tempo e a paciência prá tudo entrar no
eixo. Boa sorte!
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